06 novembro, 2013

Temor, bagagem inevitável do ciclista em Blumenau

      Meu nome está no grupo de e-mail da ABCiclovias e, com isso, tenho acompanhado a discussão e, principalmente, as criticas pelo descaso do poder público e a má educação de motoristas com relação a ciclistas. Na semana passada - e estou repetindo nesta -, aventurei-me de bicicleta em idas ao Centro. Por enquanto ileso, confirmei algumas coisas: para muitos motoristas ciclista é apenas estorvo, mesmo que não atrapalhe sua viagem; e o temor é bagagem inevitável e constante a quem usa bicicleta como veículo.
      A bike, peguei emprestada do meu filho, que há tempo evita utilizá-la, depois de ser jogado para fora da via por motoristas, umas três vezes. E o itinerário, da Itoupava Norte, imediações do chamado Trevo da Coca, ao Centro, inclui as ruas Dois de Setembro e Missões. Nelas, nem um metro sequer de ciclovia, ciclofaixa ou assemelhados. Em alguns trechos, sequer acostamento. Em muito trechos, nem calçada há. Mas existem muitas bocas-de-lobo, armadilhas, tipo "mata-burro".
       MOTORISTA RAIVOSO
Auto-retrato de um temerário
      Às 7 e pouco (cinco, sete minutos) sai de casa, quando o trânsito ainda é, digamos, ameno. Mesmo assim, em duas ocasiões fui xingado por buzinas, sem qualquer motivo. Um motoqueiro buzinou porque mudei de faixa a pelo menos 30 metros a sua frente; outro motorista, talvez porque acha que a Rua das Missões é exclusiva para carros. Tão agressivo ou raivoso com a vida, parou mais a frente, esperou-me para  ameaçar com um "vou passar por cima fdp.....". Coitado, deve ter raiva do trabalho ou talvez porque levava a mulher ao lado.
      No retorno, pouco depois das 11h, nenhum problema. Sem problema também a ida do inicio da Rua São Paulo à Câmara de Vereadores, trajeto em que utilizei a ampla calçada da Beira-Rio (junto ao rio). Uma noite, trafeguei pela Martin Luther, aproveitando o corredor de ônibus. Felizmente os horários do ônibus são poucos e pude vencer o trecho da Rua Tocantins até em frente ao Breitkopf sem ser perturbado. Cheguei pensar, em alguns momentos, que nem é tão perigoso pedalar em Blumenau. Mas, na quinta-feira, a informação de uma enfermeira do Santa Isabel, trouxe-me à realidade: três ciclistas foram hospitalizados aquele dia, vítimas de atropelamento.
      AUTOMÓVEIS, AMEAÇA MAIOR
      E, pedalando na Dois de Setembro e na Missões, constatei: o que mais assusta não são os caminhões, que passam às dezenas por ali, mas os automóveis. Estes, conduzidos por apressados, estressados e mal-educados, são ameaçadores. Ignoram a prudência e a legislação de trânsito. Mas quem se importa?

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