14 outubro, 2012

Mesmo longe, não escapei de mais uma Oktoberfest

      Pensei que este ano passaria sem Oktoberfest. Seria a primeira vez em 20 anos. Mas não foi desta vez: promoveram uma Oktober também aqui em Barcelona. A primeira, iniciativa privada, com três noites (sexta, sábado e domingo). Fui lá, claro, inevitável. Nada semelhante à nossa. Nos moldes da alemã e minúscula, claro, mas com demoradas filas, para entrar, para comprar chope.
oktoberfest-barcelona
Uma oktober com sotaque catalão
      Não vi propaganda em TV ou qualquer outro lugar. Mas no inicio da noite de sábado, encontramos uma longa fila para entrar no local. Depois de meia hora de espera, descubro que havia reservas de mesas, feitas pela internet, de graça,  e minha filha, Cristina, lembrou que uma amiga tinha reserva. Nos livramos desta, mas não escapamos de mais uns 15min de espera em outra fila para comprar chope, pois quase todo "oktoberfesteiro" pagava com cartão de crédito. Enfim, chope garantido (Paulaner, de Munique, a 8 euros o litro - outra opção era meio litro, a 5 euros), fomos para a mesa. A música era mecânica, mas nossas velhas conhecidas. E teve até música brasileira. Adivinhe!! Michel Teló, que provocou muita vibração. Às 22h, quando começou a predominar ritmos de discoteca, fomos embora - a Oktober ia até à 1h30 - e no lado de fora, muita gente na fila esperando para entrar (a entrada, grátis, era liberada a medida que "oktoberfesteiros" saiam do pavilhão (algo como o nosso antigo "B") e depois de passar por revistas de bolsas ou carrinhos de bebê, para garantir que nenhum caneco, fornecido pela cervejaria, fosse levado.
Oktober-Chope-Paulaner
Chope alemão, 

como as chopeiras e canecos
Diversão nas mesas

Brasileiras na festa
A primeira Oktoberfest, no El Maresme



    

10 outubro, 2012

Amenidades comerciais da capital catalã

A loja da maça, incomum como seus produtos
Quer um notebook da marca da maça, mas qual dos modelos? Ou quem sabe busca um IPad, talvez queira examinar um IPod. Em Barcelona, todos os modelos, de todos produtos da família Aple estão expostos e ligados sobre umas 40 mesas, a disposição dos clientes. É só chegar, mexer, testar e, se tiver necessidade, chamar um dos muitos atendentes que estão na ampla loja, na Praça da Catalunha. Mas se você quiser cápsulas de café da Nespresso (aquelas maquininhas para café expresso caseiro), não vá a um supermecado. Elas são vendidas apenas em uma elegante e grande loja no Centro da cidade, por balconistas com aparência de executivos. E custam de 3,40 a 4,50 euros a embalagem com 10 unidades. Dificil é escolher o sabor. Porém, se preferir bolsas, carteiras, óculos Louis Voitton, Prada e outras grifes francesas, pode comprar em uma calçada, endereço indefinido e mutável. Sempre tem africanos oferecendo estes produtos. Com um olho no possivel cliente que passa, e outro na polícia que ameaça. E eles estão nas principais cidades turísticas européias.
Venda de café, com elegância (o que parece painéis, são prateleiras)
Camelôs africanos, de olho na polícia e irritados com fotógrafos

09 outubro, 2012

Nas ruas, contra "banqueiros ladrões"

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"Estafados" pelos bancos
    Nesta tarde deparo-me com mais uma manifestação no Centro da capital catalã. Desta vez, aposentados que viram suas economias de anos desaparecerem nos bancos e caixas econômicas. Na porta da Bolsa de Barcelona, simbolo maior do capitalismo e na rua mais capitalista da cidade, o Passeig de Gràcia, exibiam cartazes, apitavam e gritavam "ladrões banqueiros, devolvam nosso dinheiro". A 50 metros da loja Diesel, onde alguns e algumas mais favorecidos compravam calças de 700, 800 euros, tendo no outro lado da rua lojas Chanel e Louis Vuitton, as vítimas dos fundos de economia agora falidos, mostravam sua indignação pela "estafa de la banca" (o golpe dos bancos). "Eram fundos de risco, mas não fomos avisados e esta informação só constava em letras miudas que não conseguiamos ler. Agora teremos que esperar 15, 20 anos, para recuperar nossas economias", disse-me um dos manifestantes. Uma revolta que está na web (estafatsperlabanca.org), twitter e facebook .
     Reflexos da crise econômica, que gera manifestações semanais nas ruas desta cidade. Já presenciei a dos surdos-mudos reclamando oportunidades de trabalho; dos sem-tetos; outra com questões sociais, a favor do aborto; e pela independência da Catalunha (tema que mobilizou torcedores no Camp Nou neste domingo, antes do jogo BarcelonaXReal Madrid). Um grupo anarquista já convoca para "bicicletada" dia 10 contra os independencistas e contra discriminações e no transporte coletivo, greve reduz horários de ônibus por algumas horas, até sexta-feira (mas sem interferir nos horários de pico).
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Surdos-mudos querem oportunidades e menos discriminação

07 outubro, 2012

Os tucanos ignoraram e superaram as pesquisas eleitorais

       Dez mil e poucos quilômetros distante e com cinco horas de diferença, aguardei até o inicio da madrugada para saber o resultado das urnas em Blumenau. Confesso que não foi o que esperava, mas, como consolação,  vejo Napoleão Bernardes chegar à frente, com uma bela vantagem. Mais uma vez as pesquisas de opinião divulgadas como oficiais são desmentidas e com grande margem de erro. Ou será que algum fato novo nas duas semanas que antecederam a eleição fez eleitor mudar de lado? Eu não estava por ai, então ficou a dúvida. E com que cara ficam os peemedebistas que juravam aos tucanos estar aliados e trocaram de barco na última hora, por ordem dos "comandantes"? Claro, nada esta resolvido, dirão: vem aí nova rodada. Mas se o eleitorado for coerente, não vejo mudança no cenário. E, por fim, lembro a reação de Raimundo Mette, então presidente do PSDB, diante dos resultados das primeiras pesquisas, nas quais Napoleão aparecia com desnutridos 19% e 17%: "Não é isso que percebemos na campanha, e onde estão os votos do Jovino que tinha 10% antes da definição dos candidatos?", dizia ele.
         Quanto à votação da Ana Paula, atribuo, em parte ao preconceito de um eleitorado que teme ser governado, ou ter sua cidade administrada, por uma mulher. Mas, sobretudo, pelo ranço partidário, afinal, é a esposa do Décio Lima. Não importa ele ter reerguido Blumenau em seu primeiro mandato como prefeito. Isto é fato passado para o eleitor. E, claro, o episódio "mensalão" provavelmente interferiu.

Venezuelanos na Espanha votam contra Chaves

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Venezuelanos "espanhóis" com esperança de mudanças
venezuelanos-votam      Eleições municipais no Brasil, eleição presidencial na Venezuela, neste domingo. Desde as oito da manhã venezuelanos que moram ou estão na Catalunha e provincias vizinhas (Valência, Zaragoza, Ilhas Baleares), fazem uma festa em frente ao Centre Civic da Sagrada Família, em Barcelona. São cerca de cinco mil eleitores registrados pelo consulado venezuelano na capital catalã e a expectativa é de um percentual elevado de votantes, pelo que constatei, praticamente todos contra Hugo Chaves. Às 10 da manhã a boca de urna no local de votação revelava apenas 7 votos favoráveis ao atual presidente. "Quem não esta a favor de Chaves, tem propriedades ou negócios teve que deixar o país", disse-me o ex-diretor da filial venezuelana de uma empresa italiana construtora de obras públicas (lembrei do "Brasil! Ame-o ou deixe-o", nos tempos da nossa ditadura militar). A fila foi longa durante toda a manhã e a quadra em frente ao centro cívico ficou o tempo todo ocupada por venezuelanos com bones, camisetas nas cores nacionais, bandeiras e muita vibração a cada veiculo que passasse buzinando (conduzido por um venezuelano, sem dúvida).
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Festa cívica na área da Sagrada Família