24 setembro, 2013

Qualidade de menos, fragilidade demais

Depois da bandeira rasgada....
    O vento desta terça-feira "detonou" bandeirolas da Oktoberfest (aliás, o que menos aparece nelas é o nome da festa) colocadas em postes da cidade. Ao ver o estado destas propagandas, na Via Expressa, surgiu-me uma dúvida: a empresa que as produziu seria a mesma que fez aquela desastrada bandeira da cidade, que durou poucos dias sob a ponte de ferro? De qualquer forma, parece que aquela preocupação em "fazer bem feito", que existia na cidade, como constatei duas décadas atrás, quando cheguei por aqui, desapareceu.

....as bandeirolas dilaceradas

E o Dique da Fortaleza, agora vai? Talvez na próxima enchente

Guinho para retirada de entulhos em revisão
      Nesta segunda-feira, quando moradores e comerciantes recolocavam seus móveis e produtos no lugar, quatro funcionários da Rieschbieter Engenharia trabalhavam no Dique da Fortaleza, o PI-5, que, mais uma vez ficou inativo. Sinal de que agora, depois de uma nova enchente, será finalizado? Nada disso. O trabalho era apenas de manutenção e uma espécie de cortesia da empresa. A prefeitura não tem verbas, admite o secretário de Obras Paulo França, para concluir a obra e fazer funcionar este, por enquanto, "elefante branco". Mas teve vereador que já "inaugurou" o dique.
     No fim de semana, enquanto viam apreensivos a água do ribeirão subir, moradores da área da Itoupava Norte atingidos pela cheia daquele curso de água, lembravam o vereador Beto Tribess (PMDB) e ansiavam por sua presença ali. Queriam "festejar" com ele, a inauguração do PI-5 que ele promoveu no ano passado às vésperas da eleição municipal. Acabaram-se os problemas de inundação, anunciou então o vereador (que foi reeleito) em comunicado que distribuiu na região. E não só isso, levou lideranças comunitárias e convocou a imprensa para anunciar a boa-nova lá, junto do inacabado dique.
     Mas a obra de reforma do dique e que deveria ser também a de conclusão, feita pelo governo Kleinubing coincidentemente durante os dois meses que antecederam a eleição municipal, parou antes do fim. Agora ainda faltam quadros de comando, instalações elétricas e rede elétrica específica para o acionamento das bombas. Para quando? Incerto. A única certeza é que este ano não veremos o PI-5 pronto para reduzir os danos nos bairros Fortaleza e parte da Itoupava Norte. O governo Kleinubing não deixou previsto em orçamento o valor de R$ 1 milhão 175 mil necessários para o cumprimento dos contratos.
Manutenção "cortesia" da empresa que refez o dique, ano passado

Entulhos na comporta principal do dique, nesta segunda-feira


   

Falta dinheiro do município para concluir a obra anciã

     Projetado há 25 anos, ou pouco mais, pelo engenheiro Carlos Rieschbieter, como parte do sistema de redução de danos provocados pelas cheias do Ribeirão Fortaleza, o PI-5, ou Dique da Fortaleza, ainda não funciona. A construção iniciou em 1992, parou, foi retomada em 2001 e quase concluída. Abandonada, se deteriorou. Ano passado o governo estadual disponibilizou R$ 3 milhõe e 571 mil para a administração municipal, enfim, deixar em condições de operação do dique. Não conseguiu.
     Esta verba era para, praticamente refazer o que havia sido construído e instalado antes. Sem uso, o prédio do dique foi invadido e materiais e equipamentos já instalados foram roubados ou danificados. As bombas, mantidas em depósito há uma década, consumiram R$ 300 mil para revisão. Prédio reformado, comportas ajustadas, instalação elétrica de baixa amperagem instalada, pela empresa Rieschbieter, no ano passado, faltou a parte da empresa Sincroniza.
      R$ 2,5 milhões foram investidos. Falta agora R$ 1 milhão e 175 mil, diz o secretário Paulo França, para que sejam adquiridos capacitores, quadros de comando para operar as bombas e instalada a rede elétrica de alta amperagem. Talvez isto ocorra no próximo ano, pois não há previsão orçamentária e a tentativa de obter dinheiro via Badesc fracassou, pois a agência de crédito estatal não financia obras já conveniadas.