Os servidores públicos estaduais receberam um belo presente da administração Raimundo Colombo: um plano de saúde que se assemelha muito ao SUS em termos de atendimento. Alguns números permitirão entender porque este paralelo: só para ficar em Blumenau, são 4.317 os segurados, para 100 médicos ou clínicas a eles disponíveis (nas páginas do plano na internet aparece 157 prestadores, mas consideram os que ainda estão pendentes de formalizar contrato).
Em algumas especialidades os segurados certamente levarão meses para conseguir consulta. É o caso de endoscopia e gastroenterologista, há apenas um médico credenciado, o mesmo nas duas. Urologia há três, o mesmo acontecendo na ortopedia. Em outras, como acupuntura, pneumologia, alergia, igualmente há apenas um profissional credenciado. Pediatra há apenas sete, otorrino, oito; ortopedia, três. Em cirurgia o quadro é critico: sete médicos, para cirurgia geral; três na pediátrica e nenhum para cirurgia cardíaca. E se o segurado precisar fisioterapia, terá que pagar como particular: nas nove especialidades não há uma única clínica ou fisioterapeuta credenciado.
Estes números estão no site do SC Saúde. Mas para saber o número de segurados em Blumenau, precisei insitir durante dois dias junto à responsável pelo plano aqui na região. Evidente que o problema fica mais grave se levarmos em conta os segurados dos municípios vizinhos que provavelmente tentarão buscar assistência médica aqui. Notícia no site do plano, diz que em 30 dias de funcionamento deste plano, a instituição recebeu 27.738 ligações. Sem dúvida quase todas de servidores angustiados. Mas na mesma notícia, o secretário estadual da Administração, responsável pelo "maravilhoso" plano, diz que, apesar da "insuficiência em determinadas especialidades, o SC Saúde apresentou resultado positivo nos primeiros 30 dias". Os servidores, que pagam parte do valor das consultas, ainda tentam entender quem foi beneficiado pela não renovação do plano anterior, com a Unimed.
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