17 julho, 2012

Márcio, o vendedor de veículos para tempo de enchente

O construtor-vendedor, com canoas destinadas aos bombeiros
   Dias chuvosos como esta terça-feira, invariavelmente nos remete à rio se elevando, enchente. Especialmente porque ainda são recentes as lembranças da última. Quem também está sempre "de olho" na chuva e no rio é o Marcio Wank. Afinal, quando maior o risco, melhor seu faturamento, pois o negócio dele é vender canoas, mais conhecidas por aqui como bateiras.
   São construídas pelo tio Alido, no Testo Central, com madeira vinda do Mato Grosso nas laterais e bancos, com fundo de compensado naval. O tamanho varia de acordo com o interesse do cliente, mas o comprimento mais produzido é de 4m20, com capacidade para cinco pessoas. Os preços podem variar de R$ 400,00 a R$ 700,00. As mais caras são as entregues com pintura, tarefa do Márcio. A clientela de Márcio são pescadores, moradores em áreas de risco de enchente e até órgãos públicos como Defesa Civil e Bombeiros. Para estes, ele e o tio confeccionaram 10 bateiras que começaram a entregar no inicio deste mês. Uma encomenda para substituir canoas com muito tempo de uso.
   As perspetivas para este ano são boas para ele e o tio marceneiro, pois as previsões meterológicas indicam muita chuva para agosto e setembro, lembra. Mas o próprio Márcio vive sob ameaça, pois mora há 35 anos na beira do Itajaí-Açu, na altura do número 3.100 da Rua Bahia. No ano passado ele viu a casa ser invadida por um metro de água. "Aqui o rio chegou ao mesmo nível da enchente de 83", garante ele, e atribui a culpa à Celesc, por ter elevado há alguns anos, a barragem da usina do salto em 50 centímetros.

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