Na semana passada, você lembra, os veículos da RBS e RicRecord - para citar as duas principais - divulgavam notícias sobre movimentos de trabalhadores, com paralisações, por melhores salários. Auditores da Receita Federal, empregados de transportadoras de valores, eram os casos. Mas, seus jornalistas não podem, claro, divulgar sua própria situação. É verdade que, pela precariedade do mercado, não arriscam nem mesmo greve. A última e única que teve aqui foi em 1990, no Jornal de Santa Catarina, quando estava em mãos das então sete "grandes" indústrias têxteis.
Mas, se noticiassem, diriam que iniciadas em março, com apresentação das reivindicações dos jornalistas às empresas de comunicação, as negociações estão estagnadas. Interrompidas em 30 de maio, talvez sejam retomadas nesta terça-feira (17 de julho) prometem os representantes dos empresários. Talvez. Por enquanto foi obtido reajuste de 10% no piso salarial, que é de R$ 1.395,00 e promessa de outros 5% em janeiro do próximo ano, quando passaria para R$ 1.600,00. Para quem ganha acima deste piso o reajuste seria apenas a reposição do INPC. As empresas se negam a aceitar o mínimo de INPC mais 2,7%.
Este é o quadro que se apresenta àquela "dimensão humana" que deve ser valorizada, segundo o novo presidente da RBS. Mas não é só. A mesma empresa que investiu R$ 8 milhões para a construção e instalações em um novo prédio, em Florianópolis, demite jornalistas no Diário Catarinense, promove "interações" de editorias e de veículos (jornal on line e jornal papel, por exemplo) e amplia tarefas de seus jornalistas, a título de modernização. De dezembro a fevereiro o SJSC registrou 60 demissões de jornalistas na RBS aqui no estado. E faço referência à RBS nesta nota por ser a maior empregadora em seu ramo, aqui no Estado e, como diria um político na abertura de evento, "nomeando a RBS, refiro-me às demais empresas de comunicação envolvidas no processo de negociação salarial da categoria dos jornalistas".
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