20 maio, 2012

Viagem-aventura: Tempo para perambular pelo Brás

       Como cheguei cedo ao Brás, aventurei-me. Sem condições de assistir alguma coisa na "chuviscosa" TV da sala "vip", fui perambular pelo bairro. Cruzei por três ou quatro botecos imundos, um pequeno mercado, até chegar ao que descobri ser a Associação dos Nordestinos de São Paulo. Ali, no pátio, quatro ônibus daqueles que fazem viagens clandestinas. Um deles em momento de embarque rumo à Brasília. Um exame rápido na aparência dos veículos deixa uma dúvida inevitável: "Chegam ao destino?". Raimundo, que sempre está por ali com seu carrinho de tapioca, garante que sim e mais: "São muito confortáveis". Ainda saboreei uma tapioca com queijo e goiabada e assisti ao transbordo, certamente também clandestino, de carne bovina, de uma carreta recém-chegada do Mato Grosso, para um caminhão pequeno. O tratamento dado à carne naquela operação e a imundície da vestimenta dos carregadores é um estímulo ao vegetarianismo.   
       Bem, hora de voltar ao ponto do ônibus, a tempo de acompanhar a oferta e negociação de um bem-articulado vendedor de DVD e CD pirateados. "Mas com qualidade. Só copio filmes que já estão disponíveis na locadora", tranquilizou. Aos interessados, eram quatro DVDs por R$ 10,00, valor que ele melhorou para cinco por R$ 10,00 tão logo a maioria das clientes do momento embarcaram em um ônibus de compras para partir.
       Também eu partiria, acompanhado por música sertaneja, claro. E na chegada, como a baldeação falhou, "ganhei" mais duas horas de viagem, assistindo desembarques, principalmente de mercadorias, em Itajaí, Balneário, Brusque e Gaspar.

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