Reajuste servidores: Vereadores discutem, protestam, mas aprovam projeto

     Os vereadores de Blumenau, que não participaram das longas negociações salariais entre Sintraseb (o sindicato dos servidores) e governo municipal, resolveram se envolver quando tudo estava sacramentado entre as partes. Resultado: horas de reunião inusitada, em um plenário improvisado na nova Câmara Municipal, 10 emendas ao projeto apresentadas e todas rejeitadas, para tudo acabar como era esperado, a aprovação do projeto do governo. Mas, justificaram alguns, "o debate foi um aprendizado, um avanço".

Improvisação e debates inesperados

      Desde a campanha para as eleições municipais do ano passado o Sintraseb apresentava reivindicações e propostas aos candidatos. Este ano, a campanha salarial com as habituais reuniões de negociação iniciaram em março e se prolongaram até a semana passada. Em três assembleias gerais os servidores discutiram, rejeitaram, exigiram mais e por fim aprovaram os termos apresentados pelo governo municipal. Tudo colocado no papel, na forma de projeto, foi levado à Câmara de Vereadores para ratificação.
     Na quinta-feira o presidente Vanderlei Oliveira convocou reunião extraordinária que terminou tumultuada. Vereadores do PSD e o petista Jefferson Forest, que não participaram de negociações, resolveram aproveitar o momento para mostrar serviço: apresentaram emendas ao projeto e alguns deles abandonaram a sessão diante da rejeição da bancada governista. Nesta segunda, nova extraordinária, convocada para às 10h e que iniciou 45 minutos depois. Mesmo assim, sob protestos, pois teve vereador pedessista alegando que faltava um vereador da bancada (Robinho) e outros que pretendiam o adiamento porque não transmissão da TVLegislativa (um problema isto, sem dúvida).
     Sucederam-se os debates em torno das emendas, todas consideradas inconstitucionais pela procuradoria  jurídica da casa, no "plenário" montado na sala do presidente da Casa, onde os vereadores fizeram um círculo com as cadeiras e nem sequer controle do tempo das falas existia. Por fim, às 14h40 foi concluída a votação do projeto que define reajuste dos servidores e do vale-refeição, quase por unanimidade. Célio Dias (PR), absteve-se de votar. O vereador Forest (PT), protestou: "o governo foi truculento".