Olha o barqueiro....o ciclista com o chapelão de palha. E lá, o trem, velha "maria-fumaça". São manifestações que provocam a obra de
Telomar Florêncio, irriquieto e irreverente artista plástico blumenauense. Em sua casa-ateliê, multiplicam-se as obras, que têm como tema o mar, trens, ciclistas e coisas aqui da terra, como chope. Algumas delas estão no
Shopping Park Europeu, ali na Via Expressa, em exposição que iniciou esta semana e permanece até 16 de junho.
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| Telomar pintando o Dominau |
Recortes de eucatex, chapas de compensado, papelão. Tudo serve de base para suas criações que ganham cor com tinta sintética à base de água, e da marca
Sherwim Willians, faz questão de informar. Citei alguns temas, mas ele garante que não se atém a um ou outro: "Pinto o que me pedirem". E cria, incessantemente. Nesta quinta à tarde, quando fui a seu ateliêr, alí, onde a
República Argentina se curva para entrar na ponte, Telomar pincelava blocos de madeira. Estava surgindo o "Dominau", o
dominó de Blumenau, onde traços em preto substituem os pontos que indicam números e dão idéia de
enxaimel. À noite levaria para seus amigos do Clube de Caça e Tiro Blumenauense praticar com as novas "pedras". Ele pretende pintar o suficiente para comercializar durante a Oktoberfest.
Telomar Florêncio iniciou a vida artística profissionalmente aos 13 anos de idade, em 1970, como desenhista da
Gráfica 43, que então funcionava na Rua XV. Depois passou por agências de propaganda, como Scriba e Direcional, do
Cao Hering, onde ficou 10 anos. Saiu, para fundar, com amigos, a Metra (o T é de Telomar, avisa ele, que brinca: "Depois que eu sai..a agência ficou 100% melhor". E dá risada. Desde o inicio dos anos 2000 ele é autônomo, vive, ou sobrevive, apenas de sua bela arte.
A irreverência e simplicidade deste artista pode ser percebida por quem passa pela rua, em frente à sua casa-ateliê: lá estão alguns de seus trabalhos expostos e uma placa que avisa "
Pinturas em tela". É só entrar, escolher e levar, mas, atenção! O gato é surdo (o aviso refere-se ao Nino, bichano branco da família).
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| Telomar com a esposa Rosane, na "vitrine" em frente ao ateliê |
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| Dominau, o dominó com a marca do artista |
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