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Longe da badalação e do reconhecimento |
Conheci o
Telomar Florêncio no ano de 2002, quando fui assessor de
Comunicação do
Samae. Encomendei-lhe, entre outros trabalhos, um mapa estilizado da cidade, com a localização das unidades do serviço de água e saneamento e informações sobre o uso e produção da água. Fez um belíssimo desenho em cores, valorizando aspectos ambientais. Desde então mantenho contato com ele e é inevitável uma constatação: seu trabalho está muito acima de Blumenau. Sua cidade não lhe dá o devido valor e muito disso deve-se à sua simplicidade e
vida despojada.
TOCA-DISCOS
Vencedor do
Salão Elke Hering de Arte Contemporânea, de 2001, Telomar pode ser visto de sandálias, pedalando uma
bicicleta, vestindo uma camiseta comum, calça de moleton ou bermuda, o cabelo embranquecido despenteado. Em sua casa-ateliê, um refrigerador e um telefone de mesa pintados por ele. Um velho
toca-discos rodando um
vinil (ele mantém e usa uma grande
discoteca). Na tampa, pintado à mão, o aviso de que está quebrada. No pátio, sobre uma cadeira feita por ele, um
arco e flechas, também de sua confecção. Orgulhoso, chama a atenção para detalhes do arco, com empunhadura em madeira por ele desenhada e entalhada.
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O velho toca-disco, fonte diária de música no ateliê |
SEM TEMPO
Esta sempre criando, produzindo algo. São desenhos, pinturas abstratas ou exibindo detalhes da Natureza ou do trabalho humano, com perspectivas e cores que encantam. Mas, o poder público ou empresários da cidade nunca o contrataram para uma grande obra, algo que certamente marcaria a cidade, um empreendimento. Alto astral, Telomar não revela ressentimenos. Lamenta, apenas, que a sociedade esta cada vez mais ocupada. "É muita correria,não sobra tempo para as pessoas apreciar ou se interessar por arte".
LONGE DA BADALAÇÃO
Desde que o conheci, houve melhoras em sua casa-ateliê, graças à reconciliação com a esposa Rosane. Ela e a filha Juliana, auxiliam-no a administrar, divulgar seu trabalho e definir preços (a outra filha, Mariana, também esta voltada para a arte, mas a fotográfica, com o
estúdio Blaze. Mas, Telomar permanece o mesmo: dedicado à suas obras e criações e longe dos "holofotes", das colunas sociais, das badalações.
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A Olívia, junto da sandália croc pintada pelo dono |
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Detalhe da parece e bancada do ateliê |
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Arco e flechas que confeccionou. O alvo, um rato |
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Nina, a esposa; Juli, a filha, agora "administradoras" do artista |
Parabéns, Celso! pela lembrança desse grande artista plástico de nossa cidade. Um sujeito simples com um pensamento voltado para a arte. Um militante no verdadeiro da cultura e da arte. sem compromisso com bens materiais.
ResponderExcluirCelso