Chico Sapateiro, como é conhecido pelos moradores da região, não se incomodou. Continuou tranquilo, remendando, consertando bolsas, renovando calçados, como faz há 21 anos, desde que se instalou na cidade. A tranquilidade vem, em parte, da amizade que tem com o dono do imóvel ao qual paga aluguel pela pequena oficina.
Imaginei que o proprietário da choperia houvesse tentado negociar sua saída do local. E tentou, confessa Francisco Vilson da Silva, lajeano que adotou Blumenau. "Mas pelo que ofereceram não valia deixar o local", diz ele. Afinal, pagou caro pela oficina, há 21 anos. Teve que acrescentar 4 milhões de cruzeiros novos aos 8 milhões que conseguiu ao vender a casa em Lages. E nem se preocupou em mudar o nome da oficina.
De lá para cá, mudou muito o tipo de calçado e os materiais utilizados em sua fabricação, mas o serviço continua bom, avalia Chico Sapateiro. "A gente precisa se adaptar", ensina ele, cercado de pares de sapatos, tênis, bolsas. E, se tem uma choperia à sua volta, não tem, em um raio de vários quilômetros, algum colega concorrente. Estão sumindo os sapateiros.
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