30 junho, 2013

Boos ciclista, uma vida de paixão e risco (2)

    Auxiliar administrativo, músico (baixista que chegou integrar uma banda), cantor do coral da Furb, artesão de madeira, foram algumas atividades do Boos, o Wilberto, antes de tornar-se um especialista em bikes. Paixão que virou profissão no final dos anos 80, quando fez amizade com um casal que gostava de pedalar e, com a bicicleta, descobrir novos lugares. "Começamos a nos aventurar cada vez mais e ai surgiram os reparos em bikes e a organização de grupos". Ele nunca mais parou de pedalar, de lidar com bicicletas. Junto com o empresário Eldon Jung, fundou a Associação Blumenauense pró-Ciclovias.
Urubici, Serra do Rio do Rastro, roteiros habituais
      Até 88 Boos usava a bicicleta - daqueles modelos para velocidade, pois não havia montain-bikes por aqui - como veículo de transporte e, no máximo algumas corridas fora de competição. "Um dia, com tanto lugar à volta para conhecer, arrisquei uma ida até o Morro do Baú". Ele não chegou lá, mas deu inicio a uma prática que nunca mais abandonaria. Ganhou companheiros de pedal, formou grupos e percorreu o interior de Blumenau e arredores. Já enfrentou várias vezes a Serra do Rio do Rastro e todo ano integra grupo que faz tour a Urubici, no Carnaval.
Desde 88 a bike é veículo para descobertas
     Vítima de quatro atropelamentos, admite que este é um risco permanente e que a causa principal é a má educação dos motoristas. Mesmo assim, observa o crescimento do interesse das pessoas em pedalar. E muitas só não fazem disso um hábito porque não temos ciclovias ou ciclofaixas em boas condições de uso e com percursos práticos. A ABC surgiu em 1997 com o objetivo de impulsionar e pressionar o poder público a implantar faixas exclusivas para ciclistas, em rotas que favorecessem os deslocamentos para o trabalho, escola. Mas, desde então apenas alguns poucos trechos e com interrupções e obstáculos, foram implantados.
    Mesmo diante dos riscos, Boos recomenta e incentiva o uso de bicicletas. "Sua utilização aguça os sentidos, amplia a consciência de cidadania", diz ele. E tem mais: estudantes e trabalhadores que usam a bicicleta como transporte chegam em seus locais de estudo ou trabalho mais atentos, dispostos, animados, ensina ele. Pena que, assim como faltam ciclovias ou ciclofaixas, faltem bicicletários, vestiários, locais para banho, critica Boos, o sinônimo de "bikes" em Blumenau.

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