Max e sua criação admirada por futuras arquitetas |
Informações, críticas, opiniões e imagens desta cidade. E, eventualmente, de outras também.
31 agosto, 2014
Enxaimel 4: Estruturas reduzidas para brincar de montar
Max Volles é um jovem que vive carpintaria enxaimel desde os tempos de criança. Agora, já saindo da adolescência, veste uniforme de carpinteiro oficial, como os profissionais alemães e auxilia os pais Paulo e Gisele em cada construção de uma nova casa "fachwerk" ou um restauro. Isto quando está em aula no Cedup (Centro de Educação Profissional Hermann Hering), onde cursa Mecânica. E acrescenta mais uma atividade a estas: a produção de estruturas de minicasas enxaimel.
São versões em escala reduzida, com as mesmas peças - baldrames, esteios, travessas, barrotes e caibros - e encaixes idênticos aos reais. A ideia era utilizá-las como demonstração, mas o jovem carpinteiro percebeu o interesse como peça decorativa e até mesmo como objeto lúdico, pois, montá-la pode ser um verdadeiro e divertido quebra-cabeça, com suas 110 peças encaixáveis. Com tempo, ele pode produzir até cinco por dia e só entre os colegas de aula já recebeu uma dúzia de encomendas. Max vende a R$ 50 cada uma, que são acompanhadas de manual, instruções de montagem e com garantia de reposição de peças.
28 agosto, 2014
Enxaimel 3 - Construções e restauros esbarram na burocracia
Blumenau se orgulha de sua origem germânica evidenciada pelas construções em enxaimel. Não há publicação ou peça de divulgação turística que não cite esta característica arquitetônica e histórica da cidade. Mas, quem pretende reformar, restaurar ou construir um imóvel nesta técnica, sabe que a importância e valorização ficam apenas na propaganda. A burocracia e as exigências da administração pública desestimulam e até impedem a manutenção do enxaimel.
Paulo Volles que, junto com a esposa Gisele Diel trabalham e estudam a técnica enxaimel desde o início dos anos 2000, sabem bem o que é isso. Donos da empresa "Casas de Enxaimel", constituida há seis anos e com uma experiência pessoal que vem desde que construiram sua primeira casa, em 2003, esbarram em exigências pouco compreensíveis para construir ou restaurar. Nem mesmo o título de "Carpinteiro enxaimel", concedido pelo Iphan-Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ameniza as exigências. Sua experiência e conhecimentos, pouco valem. A cada obra é exigido um engenheiro ou arquiteto responsável e a apresentação de memorial descritivo da obra (relatório detalhado, inclusive com fotos, do que será feito, como e materiais utilizados). "Um memorial destes custa R$ 20 mil", desabafa Paulo.
E o pior, acrescento eu, é que qualquer engenheiro ou arquiteto, saberá menos, ou provavelmente nada, sobre construção enxaimel, mesmo porque não há cadeiras, nestas faculdades, sobre a técnica construtiva trazida pelos carpinteiros alemães.
Uma luz no fim do túnel, acredita Paulo Volles, é fazer reformas culturais. Ou seja, recorrer as áreas públicas de cultura para obter autorizações para a manutenção de um bem cultural. Outro recurso e este foi posto em prática por um indaialense que participou das oficinas de enxaimel, é o registro em cartório, de "termo de responsabilidade pública". Depois de esperar por três meses, em vão, por uma autorização da prefeitura da Indaial, para restaurar uma casa em enxaimel, foi a um cartório e fez registrar documento em que afirma que manterá as características originais do imóvel.
Paulo, experiência que pouco valem perante órgãos públicos |
E o pior, acrescento eu, é que qualquer engenheiro ou arquiteto, saberá menos, ou provavelmente nada, sobre construção enxaimel, mesmo porque não há cadeiras, nestas faculdades, sobre a técnica construtiva trazida pelos carpinteiros alemães.
Uma luz no fim do túnel, acredita Paulo Volles, é fazer reformas culturais. Ou seja, recorrer as áreas públicas de cultura para obter autorizações para a manutenção de um bem cultural. Outro recurso e este foi posto em prática por um indaialense que participou das oficinas de enxaimel, é o registro em cartório, de "termo de responsabilidade pública". Depois de esperar por três meses, em vão, por uma autorização da prefeitura da Indaial, para restaurar uma casa em enxaimel, foi a um cartório e fez registrar documento em que afirma que manterá as características originais do imóvel.
Enxaimel 2: Curso valorizado e aproveitado por "estrangeiros"
Eram 60 vagas oferecidas nas oficinas, para três turmas, com quatro horas de aula cada uma. Mas apenas 45 pessoas aproveitaram a oportunidade e não mais do que cinco de Blumenau. Algumas vieram de longe, como o jovem Paulo Almeida, que viajou de Brasília especialmente para conhecer a técnica enxaimel; Kaio Albuquerque veio de Florianópolis. Técnico em edificações, registrou cada detalhe: quer construir uma casa em enxaimel. Odílio Volster veio com o um amigo de São Bonifácio - município onde também é muita construção em enxaimel -, na Grande Florianópolis, para apreender, assim como as estudantes de arquitetura Karine e Jéssica, da vizinha Jaraguá do Sul.
DOUTORA EM RESTAURAÇÃO
A arquiteta Miceli, de Porto Alegre: Paulo, de Brasília |
Guilherme, design, de Pomerode |
Fernando, de São Bonifácio |
Kaio (direita), de Florianóopolis |
Jéssica e Karine, acadêmicas de Jaraguá do Sul |
Enxaimel: Oficinas inéditas de como fazer, pouco aproveitadas
Galpão de montagem de casas virou sala de aula |
A relação que fiz entre uma coisa e outra é que o restaurante, que já estava desativado, e que pertence ao poder público, foi construído com a técnica enxaimel. Paulo e Gisele, que criaram a empresa Casas de Enxaimel, são especialistas nesta arte e obtiveram verbas do Fundo Municipal de Cultura para levar avante um projeto que pretende identificar e registrar características técnicas dos imóveis enxaimel existentes na cidade. E o projeto incluia a oferta de oficinas para apresentar a técnica construtiva em detalhes, desde as ferramentas originalmente utilizadas até madeiras, passando por medidas e modo de montagem para conferência.
Gisele, explicando a montagem de uma parede |
Atenção no ajuste de encaixes |
Paulo mostra o uso do formão |
Montagem da parede no solo |
Esteios, baldrame, travessas, numerados |
Madeirame exige encaixes perfeitos |
Marcando tora para desbaste |
Lição: abertura de furos para encaixes |
Esteios com medidas exatas, aprende a arquiteta Angelina (verde) |
Usos do serrote de fita para encaixes.... |
...serrote de troncos para dar forma ao madeirame |
26 agosto, 2014
Na teoria, tudo resolvido: o Frohsinn e seu mirante serão salvos
Uma reunião para discutir recuperação do imóvel histórico |
SUGESTÕES ARQUITETÔNICAS
Plantas originais requisitadas do Arquivo Histórico abertas sobre a mesa foram a base das conversações. Paulo Herwig, neto do arquiteto Henrique Herwig que fez o projeto do restaurante, e seu sócio Chirochi, se comprometeram a sugerir opções arquitetônicas para o aproveitamento da área de 30 mil metros quadrados a ser vendida. Também vão projetar a reconstrução da parte incendiada do imóvel. E na planta sobre a mesa, um detalhe desconhecido, o nome do restaurante: "Alpino". "Nem eu sabia, vi agora", disse Prayon, que na década de 60 pediu a seu amigo Henrique que projetasse um restaurante para aproveitar o belo visual que o Morro do Aipim oferecia. "Frohsinn foi nome escolhida em uma consulta popular feita pelo jornal da cidade", relembrou ele.
QUEM SE HABILITARÁ?
Prayon, prefeito e arquitetos Paulo e Chirochi |
Ricardo Stodieck, secretário de Turismo e responsável pela área do restaurante incendiado, acredita que sim. Pelo Plano Diretor poderá ser construído até 18 mil m2, em imóvel com até 11 metros de altura. Com relação ao preço de venda, somente em fins de setembro, quando o projeto de lei e detalhes da licitação estiverem definidos, o governo começará a discutir. E antes de ser lançada a licitação, a venda deverá ser aprovada pela Câmara de Vereadores, o que ocorrerá em outubro, após as eleições.
21 agosto, 2014
Desleixo, e a história vira cinzas
O dilema do governo municipal sobre o que fazer com o antigo Restaurante Froshimm, no Morro do Aipim, foi resolvido nesta quarta-feira, final de tarde: alguém ateou fogo ao prédio. Em pouco mais de duas horas uma parte da história da cidade virou cinzas. Ironicamente, a Secretaria de Comunicação da prefeitura divulgou nota oficial no inicio da noite informando que o governo "estuda a possibilidade de restaurar o prédio".
Construido em 1968, inaugurado no ano seguinte, em terreno doado ao município em 1909 pelo filho do fundador da cidade Dr. Hermann Blumenau, o Restaurante Froshimm foi uma das referências gastronômicas da cidade por quatro décadas. Referência pelas características alpinas do prédio, do cardápio com pratos típicos germânicos e pela excepcional vista da cidade que oferecia com suas amplas varandas. Fechou as portas oficialmente em 2012.
Prédio público, ficou praticamente abandonado pela administração municipal. Depois de denúncias de ocupação irregular, foram colocados tapumes fechando o avarandado e janelas, no ano passado. A administração garante que mantinha vigilantes no local e até sistema de alarma. Mas, no inicio de julho fui lá, constatei que até porta arrombada havia.Informei ao secretário de Turismo, pasta responsável pelo local. Mas, aparentemente, nada mudou e o local continuou com grande frequencia de usuários de drogas.
A administração pública anunciou, com alarde que o prédio seria vendido, mas que exigiria do comprador, que mantivesse as características e que desse destinação turística ou cultural ao imóvel. Hoje, depois de destruido pelo incêndio que iniciou por volta das 17h da quarta-feira, fitas plásticas "impediam" o acesso ao local. Um vigilante de empresa particular contratado pela prefeitura disse que no início até havia guarda no local, mas foi retirada porque não havia água, energia elétrica, instalações sanitárias no local.
Na nota oficial divulgada pouco depois do incêndio, a Comunicação da prefeitura disse que foi registrado boletim de ocorrência na Polícia, durante a semana, por tentativa de incêndio e que até câmera de vigilância que havia no local foi roubada. Mas o local continuou, como se constata, no abandono.
Construido em 1968, inaugurado no ano seguinte, em terreno doado ao município em 1909 pelo filho do fundador da cidade Dr. Hermann Blumenau, o Restaurante Froshimm foi uma das referências gastronômicas da cidade por quatro décadas. Referência pelas características alpinas do prédio, do cardápio com pratos típicos germânicos e pela excepcional vista da cidade que oferecia com suas amplas varandas. Fechou as portas oficialmente em 2012.
Prédio público, ficou praticamente abandonado pela administração municipal. Depois de denúncias de ocupação irregular, foram colocados tapumes fechando o avarandado e janelas, no ano passado. A administração garante que mantinha vigilantes no local e até sistema de alarma. Mas, no inicio de julho fui lá, constatei que até porta arrombada havia.Informei ao secretário de Turismo, pasta responsável pelo local. Mas, aparentemente, nada mudou e o local continuou com grande frequencia de usuários de drogas.
A administração pública anunciou, com alarde que o prédio seria vendido, mas que exigiria do comprador, que mantivesse as características e que desse destinação turística ou cultural ao imóvel. Hoje, depois de destruido pelo incêndio que iniciou por volta das 17h da quarta-feira, fitas plásticas "impediam" o acesso ao local. Um vigilante de empresa particular contratado pela prefeitura disse que no início até havia guarda no local, mas foi retirada porque não havia água, energia elétrica, instalações sanitárias no local.
Na nota oficial divulgada pouco depois do incêndio, a Comunicação da prefeitura disse que foi registrado boletim de ocorrência na Polícia, durante a semana, por tentativa de incêndio e que até câmera de vigilância que havia no local foi roubada. Mas o local continuou, como se constata, no abandono.
17 agosto, 2014
Ponte do Badenfurt aberta ao tráfego e caos no trevo da BR-470
Complexo viário finalmente pronto, após três anos |
Conhecer a nova ponte, a atração do domingo |
E o trevo da BR-470 congestionou |
Para economizar verbas, o percurso dos motoristas que trafegam pela Rua Bahia e seguem por esta via ou querem pegar a General Osório, ganhou 1 km mais: ao invés de seguir em frente ou atravessar um viaduto, devem seguir o fluxo de quem vai atravessar a ponte, pegar via marginal, contornar por baixo da cabeceira da ponte para então retornar.
CAOS NA BR-470
Mas, é junto ao "trevo de Pomerode", que o novo complexo se tornará mais "visível". Neste domingo, às 14h15, havia filas de carros em todos os sentidos. Na BR-470, de quem chegava vindo de Indaial e de quem rumava para lá (neste caso o congestionamento iniciava pouco antes do Celeiro do Vale; motoristas que vinham de Pomerode precisaram paciência para conseguir chegar ao trevo, pois a fila era longa. Se no inicio da tarde de domingo o transtorno era evidente, no final da tarde e durante a semana provocará muita dor de cabeça. E se o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes decidir esperar pela duplicação daquela via, para uma solução, teremos caos por muito tempo.
Rua Bahia fechada... |
...e percurso para motoristas aumentou 1km |
Ciclofaixa de 100m.... |
.... e este não descobriu... |
... que deveria descer a rampa, cruza a pista.... |
...por um túnel, como percebeu este |
E pedestres já reclamam da falta de segurança |
A parte boa da novidade termina... |
no chamado "trevo de Pomerode" |
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