|
Hospital da Furb na propaganda do governo estadual |
Quem é vítima da
TV aberta em Santa Catarina já assistiu ao vídeo-propaganda do governo
Raimundo Colombo exibindo maravilhas feitas pela administração estadual na área da saúde. Mas não passa de mais um daqueles produtos de marketing fantasiosos que as agências de publicidade nos brindam. Digo isto depois de ler relatório do
Tribunal de Contas enviado à Assembléia Legislativa, referente às contas do Estado em 2013. Nele, o conselheiro Herneus De Nadal chama a atenção para a queda de investimentos na saúde, e defende a "necessidade de ampliação dos serviços de média e alta complexidade de competência da esfera estadual".
A área técnica do TC apurou que os investimentos em saúde, no ano passado, no valor de R$ 77,20 milhões, foram
27,10% abaixo do investido em 2012. O valor destinado à ampliação e reforma das unidades hospitalares e à aquisição de equipamentos para atendimento de média e alta complexidade - exatamente o que o governo destaca como um grande feito na publicidade - representou 6,17% do investido pelo Estado. "O menor dos últimos cinco anos", salienta o relator do parecer do TC, ex-deputado peemedebista Herneus. As consequências desse baixo investimento foram demonstradas pelo TCE/SC "nas inspeções realizadas em hospitais da rede pública estadual, entre os meses de setembro e novembro de 2013 e em abril deste ano", destaca.
O parecer encaminhado no final de maio à
Assembleia Legislativa recomenda o aumento de investimentos na Saúde, para reduzir "a carência de pessoal e as longas listas de espera de pacientes para cirurgias em hospitais da rede pública estadual". Mas o que acontecerá quando o Legislativo apreciar e votar o relatório do Tribunal de Contas? Absolutamente nada, afinal, praticamente todos os deputados estaduais votam a favor do governo. E
publicitários, claro, não leem pareceres daquele tribunal quando lhes é encomendada uma campanha pela secretaria de Comunicação do governo estadual, dirigida pelo blumenauense Nelson Santiago.
Aliás, o TC recomenda, ainda, a redução dos gastos de publicidade, que no ano passado foram de R$ 111,80 milhões, valor 36,27% superiores aos gastos em 2012. O parecer defende que as despesas em campanhas publicitárias estejam mais próximas do que realmente é feito pelo governo.