O prédio que foi
cervejaria, que foi restaurante, que foi choperia e virou bailão antes de ter as portas fechadas, continua no abandono total, em um dos pontos turísticos da cidade: o
Biergarten (Jardim da Cerveja, apelido que hoje é ironia) ou, no nome oficial, Praça Hercílio Luz. Folhas de árvores que se acumulam, madeirame do deck quebrado e apodrecido, vidro da cobertura da varanda rompido, pichações, saudam os turistas que volta e meia chegam por ali atraídos pelo
Museu da Cerveja, que ainda funciona. Mas o secretário de Turismo Ricardo Stodieck garante que o lugar tem salvação.
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Monumento a Lindolf, imundo |
Passei por lá na terça-feira desta semana. O aspecto de abandono esta em toda volta do prédio construído em 1996. Totens de sinalização com placas indicativas caídas ou arrebentadas, madeirame do
deck apodrecido, rompido, remendado. O portão que separa a varanda da praça está quebrado e pedaços de arame fazem às vezes de dobradiças. E pobre
poeta Lindolf Bell. A escultura ali colocada em sua homenagem está tomada pelas pichações. Completa o ambiente o trapiche do
Clube Náutico América, destruído na margem do
Rio Itajaí-Açu.
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Telhado de vidro detonado |
PRAÇA DO POVO
Aquela praça já foi uma importante área de lazer e diversão dos blumenauenses. Em 1919, o floricultor Mathias Fabian, que era o responsável pela manutenção da praça sugeriu e o superintendente da cidade, Paulo Zimmermann, aprovou, a construção no local de um pavilhão que abrigaria também um botequim e um coreto para música. Fabian queria dar à população a mesma opção de lazer que tinham os alemães de
Heidelberg, cidade que ele conhecia. Em 1939, porém, a situação ficou semelhante à de agora: o contrato não foi renovado e o pavilhão demolido. No local foi erguido um posto de combustível. A população danou-se.
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Em breve, talvez, novo restaurante no local |
Não sei quando acabou a venda de gasolina ali e a praça ganhou ares de praça novamente, mas no final dos anos 80 e primeiros anos da década de 90 o povo havia voltado a divertir-se no Biergarten, que ganhara coreto e lanchonete. Nas tardes de domingo o lugar se transformava em salão de baile ao ar livre. Durou até 1995, quando o prefeito Renato Vianna cedeu parte da praça para empresários construirem uma micro-cervejaria, a Continental. Grande investimento, expectativa de nova atração turística, com pouca duração. Inaugurada em 1997, fechou três anos depois. Clubes de Caça e Tiro ganharam o lugar, mas também não deu certo, como igualmente não durou muito a sucessora Choperia Expresso.
Agora está lá, abandonado o local. Quem não se incomoda com isso são os pequenos marimbondos que instalaram um minúsculo vespeiro em uma pérgola do prédio e o traficante de drogas que faz da praça um ponto eventual, atraindo especialmente adolescentes, percebi.
O secretário
Ricardo Stodieck, porém, acredita que em breve o panorama muda. "Estamos finalizando o edital de concessão. Dia 15 (de maio) deve estar formatado e pronto para licitação", disse ele. A intenção é que reabra uma choperia, com o diferencial de que, obrigatoriamente, terá restaurante funcionando para almoço. "Esta é uma necessidade que cresceu no Centro Histórico com a instalação ali da Câmara de Vereadores, observa Stodieck.
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Deck apodrecido |
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Sinais de quem sequer sonha com algo útil |
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Grade-portão danificada |
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No improviso, arame é dobradiça |
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Remendos no piso de madeira |
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Armadilhas no piso |
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Pichadores à vontade.. |
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Na pérgola sem utilidade.... |
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...marimbondos montaram o minúsculo vespeiro |
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Sinalização caindo aos pedaços |
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Completa o cenário o trapiche destruído |
Lugar bonito e mal aproveitado. Me lembro como eram os domingos por ali nos anos 90.
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