10 dezembro, 2013

Vereadores ignoram, mais uma vez, servidor público

Quanto vale o servidor público de Blumenau? Para a maioria dos vereadores, nada. Ou melhor, vale quanto o governo quiser. Foi o que ficou mais uma vez evidente nesta terça-feira, quando começaram a votar o orçamento do município para o próximo ano. Dos pouco mais de R$ 2 bilhões e 300 milhões que o governo terá para gastar, nada foi previsto para repor as perdas salariais, em torno de 29% - que o Sintraseb reivindica.
     A Lei Orçamentária é submetida à Câmara de Vereadores todo ano e sua votação encerra o período legislativo. Mas, aparentemente, é apresentada apenas horas antes de ser votada. Foi o que se percebeu nesta terça. Logo após aberta a sessão, os vereadores se reuniram em sala fechada para discutir detalhes da lei, especialmente a emenda que tratava das subvenções do governo aos vereadores. Foram cerca de 40 minutos. No plenário, dirigentes do sindicato dos servidores e servidores aguardavam ansiosos. Afinal, a Emenda Aditiva nº1, apresentada pelo vereador Vanderlei Oliveira,inseria na Lei Orçamentária o repasse pelo governo de 29,3% aos funcionários públicos, referente a perdas salariais e inflacionárias.
      FORÇA TAREFA DO GOVERNO
      Mas, a sessão não recomeçaria antes das 17h. Isto porque uma "força-tarefa" do governo, formada pelos secretários de Gestão Paulo Costa e da Comunicação Raimundo Mette, foi negociar. E o foco foram os vereadores do PSD - Mário Hildebrand, Robinho e Marcelo Lanzarin - e o do PR, Célio Dias. Este já teria sido atendido pelo governo, diziam lideranças do Sintraseb, com a nomeação de um seu correligionário para a diretoria de Trânsito do Seterb. Foi mais de meia hora de reunião na sala do Diretor Legislativo da Casa, intercalada por diversos telefonemas de Paulo Costa e idas e vindas apressadas do líder do PSDB Jens Mantau.
O secretário Paulo Costa ao telefone....

...durante negociação com PSD e PR...

Raimundo Mette e Paulo Costa, em missão bem-sucedida
         E foi uma ação exitosa, como mostrou a votação. Apenas os petistas Adriano Pereira e Jefferson Forest, mais o pepista César Cim, votaram a favor dos servidores públicos. Ivan Naatz, ainda líder do governo, já dizia antes que a emenda - de Vanderlei - era apenas eleitoreira. Zeca Bombeiro, agora no Solidariedade, avisou o dirigente do Sintraseb Sérgio Bernardo, que recebeu ordens para votar contra. "Ordem do diretório nacional", lamentou. E veio com uma chamada para seu celular às 16h28min, ou seja, quando a "força-tarefa" do governo estava lá negociando. Nem mesmo o pessedista Mário Hildebrand, que se comprometera a votar a favor dos servidores, manteve a palavra. Antes, um assessor seu garantiu aos dirigentes do Sintraseb seu voto: "O Mário não volta atrás", garantiu ele em vão. Tampouco o novato Marcelo Lanzarin, ele próprio um funcionário público, votou a favor.
Assim votaram os legisladores blumenauenses

         MAIOR ORÇAMENTO DA HISTÓRIA
         Resultado, assim como havia acontecido durante a votação do Plano Plurianual, a recomposição salarial dos servidores públicos foi rejeitada. O argumento do petista Jefferson Forest na tribuna, antes da votação, destacando que os R$ 2 bilhões e 300 milhões que o governo terá disponível no próximo ano representam o maior orçamento que a administração municipal já teve em Blumenau, tampouco sensibilizou. Vanderlei Oliveira, autor da emenda atitiva, igualmente destacou que, apesar do volume de recursos, nada estava previsto para os servidores. Na próxima sexta, pela manhã, a Lei Orçamentária vai para segunda votação, mas, seguramente nada mudará.
Jefferson chamou a atenção para orçamento histórico

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