30 maio, 2014

Dez dias. E continuará a greve

    Nesta  sexta-feira a greve dos funcionários públicos municipais de Blumenau chegou aos 10 dias. Os servidores, você já  sabem, pedem reposição de perdas salariais de 30% e aumento no vale-refeição dos atuais  R$ 13,00 diários para R$  18,00.  O governo admitiu dar reajuste de 5,82% pela data-base da categoria (percentual do INPC) e apenas  R$ 1,50 no vale-refeição. Além disso, o prefeito Napoleão Bernardes deixou para a Justiça a solução do problema, e encontrou um grande aliado, o desembargador Carlos Adilson Silva, que acenou com a prisão da coordenadora do sindicato, por crime de desobediência.
Solidariedade dos servidores do SAMU
     A criminalização do movimento e a multa  astronômica imposta pelo funcionário do Tribunal de Justiça não intimidaram os servidores. Aumentou o número deles na praça (onde teoricamente estariam proibidos de ficar, por ordem do mesmo desembargador). Nesta sexta o pessoal do SAMU fez da calçada  em frente à prefeitura, sua base. "Não paramos, mas estamos dando apoio aos servidores", disse um  dos funcionários do serviço.
    Segunda-feira, tudo continua. Grevistas voltam à praça do "toco" da figueira.
    Imagens desta sexta:


Grevistas doaram sangue, agora coletam agasalhos

Abrigos para os filhos .....
...e horas de lazer inesperado no parquinho....

....habitualmente sem uso















29 maio, 2014

Justiça Federal tem paralisação também em Blumenau

   Enquanto professores e outros funcionários públicos municipais ocupavam a Praça Victor Konder, a calçada em frente foi ocupada, nesta quinta-feira, pelos servidores da Justiça Federal. Eles deixaram o Castelinho Wyllie Siervert e cruzaram os braços para mostrar sua indignação pelo descaso com que são tratados: "Nosso último reajuste de salário foi em 2006", criticou um dos servidores daquela instituição em Blumenau.
     Foi dia de "Apagão do Judiciário", o segundo do mês. É uma ação conjunta dos trabalhadores do judiciário federal de todo o país, que cobram do governo e do Superior Tribunal Federal um projeto de lei que atualize o Plano de Carreira e reposição de perdas salariais, que chegam aos 36% desde 2006.

Servidores, criminalizados, fazem passeata amordaçados

      Silêncio. Milhares de pessoas amordaçadas, vestindo negro. De momentos em momentos, maõs-ao-alto, punhos cruzados como criminosos algemados. Silêncio quebrado apenas pela voz de Elis Regina no carro de som, com músicas de João Bosco, Chico Buarque, entre outros da MPB, que relembravam os "anos de chumbo" do governo militar. Assim foi a passeata dos servidores públicos municipais em greve pelas ruas centrais de Blumenau na tarde desta quinta-feira.
      Pela manhã haviam rejeitado uma proposta do prefeito municipal, que voltou a chamar os líderes do Sintraseb (sindicato dos servidores) somente depois de o desembargador Carlos Adilson da Silva ter criminalizado o movimento. Com intimação judicial expedida, a coordenadora do Sintraseb, Sueli Adriano, permaneceu o dia longe da Praça Victor Konder.
      Mas o movimento ganhou adesões. O Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo está em estado de alerta, com motoristas e cobradores ameaçando parar a qualquer momento. O Fórum dos Trabalhadores, integrado por dirigentes de vários sindicatos emitiu nota de apoio aos funcionários públicos.
      Ao final da passeata, mais uma reunião, desta vez para informes, para combinar panfletagem com material destinado a informar a população os motivos da greve que chega ao nono dia e, curioso, combinar a cor da roupa na sexta: o preto do luto foi derrotado pelo branco. "Para mostrar que somos da Paz", esclareceu Sérgio Bernardo, dirigente do Sintraseb.
       Imagens da passeata:
























28 maio, 2014

Greve dos servidores: argumentos e decisão judicial relembram Ditadura

      "Abaixo a ditadura. Abaixo a ditadura! Servidor unido jamais será vencido!" . Voltaram os negros tempos da ditadura militar? Parece, e esta foi a clara sensação que tiveram os servidores públicos municipais de Blumenau - a maioria professores - no final de tarde desta quarta-feira, ao tomar conhecimento de despacho do desembargador Carlos Adilson da Silva. Atendendo ao pleito dos advogados do governo municipal, determinou intimação da coordenadora do Sintraseb Sueli Adriano por crime e multa diária de R$ 100 mil caso creches e unidades de saúde não retomem o trabalho. Uma decisão que causou perplexidade e as palavras de ordem do período ditatorial e, parece, vai fortalecer o movimento. A administração municipal claramente joga nas mãos da Justiça os rumos da greve. 

       O despacho judicial tem argumentos inacreditáveis para os tempos em que vivemos: "....flagrante incitação de outros servidores para aderir à paralisação". E mais: os defensores do governo informaram e o desembargador acolheu um absurdo ainda maior e irresponsável: "... por elementos encartados em fólios (..sic) é possível aferir que o objetivo é a deflagração de uma greve geral com vários setores".
       Com base nisso, e na informação dos advogados de que a decisão anterior do TJ não havia sido cumprida, o desembargador aumentou a multa diária à coordenadora do Sintraseb, Sueli Adriano, de R$ 50 mil para R$ 100 mil. Pior: determinou que seja indiciada por crime de desobediência, o que pode resultar em prisão - caso creches e unidades de saúde não voltem a atender. E mais: servidores não devem fazer manisfestação a menos de 500 metros e estabelecimentos públicos. A defesa apresentada pelo Sintraseb no Tribunal de Justiça aparentemente não foi sequer analisada. 
      O movimento, claro, vai continuar e nesta quinta-feira pela manhã haverá panfletagem nos terminais de ônibus para informar a população das razões da greve, que se resumem a descumprimento de promessas de campanha do prefeito e de acordo firmado entre Sintraseb e o governo municipal no ano passado. 
        MAIS BARRACAS NA PRAÇA
       No oitavo dia de greve, a praça Victor Konder, ou a praça do "toco" da figueira, ganhou mais
barracas, evidenciando a maior adesão à greve dos servidores públicos municipais. Os grevistas chegavam aos 3.270, segundo o Sintraseb - sindicato da categoria e sem que o governo municipal acene com negociação. Motoristas e cobradores de ônibus anunciaram a possibilidade de parar por algumas horas em solidariedade e, pela manhã, Sérgio Bernardo, diretor do sindicato, leu nota enviada por uma empresa da cidade: "Registramos faltas de funcionários por causa da greve de vocês, mas mantenham-se firmes", incentivava o autor.
      Imagens do dia:

Cornetaço no "Dia do Desafio"