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A guarita no acesso anuncia o abandono |
O lixo se espalha e se acumula pelo entorno, as paredes já não tem mais espaço para pixações, tapume arrancado e porta arrombada. Assim está o
Frohsinn, antigo e renomado restaurante no
Morro do Aipim. Não é novidade este estado. Mas, apesar de abandonado, continua bastante frequentado por quem quer sossego sem ser importunado. Os sinais das visitas está nos sulcos deixados pelos pneus dos veículos. E no meio da tarde deste domingo que passou lá estavam os ocupantes de três motos e quatro automóveis. A maioria deles atraidos pelo "mirante da fumaça".
A porta que foi acesso ao
restaurante arrombada significa que os "habituês" do lugar já não se contentam com a paisagem oferecida e pela tranquilidade que a ausência de proprietários ou zeladores oferece. O secretário de Turismo
Ricardo Stodieck mostrou-se surpreso, nesta segunda e disse que pediria providências ao diretor responsável pelo patrimônio. "À noite temos guarda no local", disse ele, para depois acrescentar, por e-mail, que a segurança no local é 24 horas. Bem, talvez não no domingo e já estive lá em dia de semana para fazer foto a partir do mirante e não vi qualquer vestígio de segurança.
O futuro daquele local histórico - doação dos herdeiros do fundador da cidade, Dr. Blumenau, ao município -, ainda está incerto. Depois de aprovada sua venda pelos conselhos de Turismo, de Cultura e de Planejamento Urbano, a
Secretaria de Turismo aguarda decisão da pasta de Planejamento sobre a forma de preservação do entorno. Pode ser tombamento, admite Stodieck, embora reconheça que este termo possa assustar investidores.
VENDA TEM OPOSITORES
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A deterioração evidente de todos os ângulos |
Enquanto isso, algumas entidades se manifestam e se movimentam em sentido contrário ao do governo municipal.
Instituto de Arquitetos do Brasil, seção local;
Acaprema e
ABCiclovias, por exemplo, entendem que o local não pode ser vendido. E há críticas sobre a forma que o assunto foi votado nos conselhos.
Pelo estado crítico do prédio do antigo restaurante, não creio que surjam interessados em investir ali com a obrigação de manter atividade cultural ou turística, como pretende a administração municipal. A não ser que seja oferecido a um preço atraente e com possibilidade de serem agregadas novas construções. Quanto a isso, parece que não haverá problema, pois, segundo o secretário Stodieck, há potencial construtivo de 11 mil m2, "sem mexer no Plano Diretor".
De qualquer forma, ele acredita que ainda em julho pode ser definido o
edital de vendas. Assim que for licitada a Choperia Expresso vamos nos
dedicar ao Frohsinn, avisa o secretário de Turismo de Blumenau.
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Fachada fechada |
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Paredes quase totalmente tomadas pelas pichações |
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Neste fim-de-semana porta estava assim, arrombada |
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Telhado que se desmancha, em meio a vista da cidade |