04 agosto, 2015

Fiscalização em busca de infratores do lixo

        Deparei-me com uma cena incomum na Rua XV de Novembro (a principal da cidade, para quem não é daqui), no meio da tarde desta terça, 4: o gerente de resíduos sólidos e o fiscal do setor, do Samae, remexendo em sacos de lixo. Claro, parei e fui perguntar o porquê. E soube que faz parte da árdua tarefa de disciplinar a deposição de resíduos nos diversos containers colocados com este fim no Centro da cidade.
       
Franceschi e Lanser, em busca de infratores
  José Calos Franceschi, o gerente, e Bento Lanser, o fiscal, tentavam encontrar algo que identificasse os autores da infração, em meia dúzia de volumosos sacos e uma bombona plástica também repleta de resíduos. Este ano, cerca de 30 notificações, que são transformadas em multas de R$ 180 reais, já foram expedidas a comerciantes da rua. É a tentativa mais drástica de educar, já que os comunicados e orientações feitas pela autarquia responsável pela coleta do lixo não se mostram suficientes.
         Em outubro do ano passado, lembra Franceschi, comerciantes, donos de restaurantes e lanchonetes e condomínios residenciais, foram informados através de quatro entidades que os representam, das novas normas para descarte e horários de coleta no Centro. Mas, quase um ano depois, ainda há quem largue os sacos de lixo na calçada, longe dos containers.

01 agosto, 2015

Volles, carpinteiros enxaimel, ganham prêmio nacional

     No ano passado o carpinteiro Paulo Volles, a esposa Gisele Diel e o filho Max Volles, foram muito além em sua atividade profissional, que é a construção de casas no estilo enxaimel: elaboraram e executaram um projeto para identificar os imóveis montados com esta técnica germânica em Blumenau. E ministraram oficinas para divulgar e ensinar esta arte. Nesta sexta-feira, 31, colheram um importante fruto: o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, criado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Paulo, com a esposa Gisele e o filho Max, premiados
      O trabalho, que registrou e documentou em livro 226 casas enxaimel, foi considerado, com outros três projetos do país, uma "iniciativa de excelencia em técnicas de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural". Paulo, revelou-me dois dias antes de ser anunciado o resultado que estava entre os finalistas, e exultava, com razão. Ao longo dos sete anos que ele e a família dedicam-se à construção e preservação do enxaimel, tem encontrado pouco reconhecimento e até descrédito pelo trabalho, em Blumenau.
      O projeto, agora premiado nacionalmente, não se limitou a localizar, fotografar e anotar detalhes técnicos de cada casa: Paulo, Gisele e o filho compartilharam seus conhecimentos em quatro oficinas. Eu participei de uma delas. Foram gratuitas e a maioria dos participantes eram de outras cidades e até de outros estados, como Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal; de Blumenau, apenas quatro interessados, além de mim. E foram estas oficinas, com a transmissão de informações técnicas e culturais, que pesaram bastante decisão da comissão organizadora, aliado ao ineditismo do projeto.
   
Em agosto do ano passado, aulas gratuitas de enxaimel
 A notícia desta importante premiação chegou em meio ao trabalho de preparação das madeiras para a montagem de uma casa em enxaimel na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, também de origem germânica e que igualmente tem uma Oktoberfest. A entrega do premio será em evento em Brasília, no final de outubro, quando Paulo Volles fará apresentação pública do projeto e participará de mesa redonda.